Em um mercado cada vez mais dominado pelas inovações digitais, entender a diferença entre stablecoins e criptomoedas tradicionais é essencial. Enquanto o Bitcoin e o Ethereum são conhecidos pela alta volatilidade e potencial de valorização, as stablecoins surgem como alternativas mais estáveis, atreladas a ativos como moedas fiduciárias ou títulos públicos.
Essa distinção tem impacto direto na forma como investidores e usuários utilizam os ativos digitais no dia a dia e influencia a expansão de novas soluções financeiras, como a BRL1, a stablecoin brasileira recém-lançada.
O que são stablecoins?
Conhecidas como um tipo de criptoativo que busca manter seu valor estável, as stablecoins funcionam como uma ponte entre o universo das criptomoedas e o sistema financeiro tradicional.
Diferente de ativos como o Bitcoin, que sofrem grandes variações de preço, as stablecoins são vinculadas a moedas fiduciárias – como o real ou o dólar – ou a outros ativos considerados seguros, como títulos públicos. Isso significa que, para cada unidade emitida de uma stablecoin, há uma reserva equivalente que garante seu valor.
Nesse sentido, essa paridade garante previsibilidade ao usuário, facilitando o uso dessas moedas digitais em transferências, pagamentos e operações em plataformas descentralizadas. Elas são especialmente úteis em momentos de instabilidade econômica, quando investidores buscam proteger seus recursos da volatilidade cambial ou de oscilações intensas do mercado.
O mercado brasileiro passou a contar recentemente com uma nova stablecoin: a BRL1. Criada por um consórcio formado por corretoras conhecidas – entre elas Bitso, Foxbit, Mercado Bitcoin e Cainvest – a BRL1 tem como proposta representar o real no ambiente cripto, com uma paridade de 1:1.
A moeda digital é lastreada não apenas em reais em caixa, mas também em títulos públicos brasileiros, o que fortalece sua credibilidade e segurança. Assim sendo, a BRL1 chega com o objetivo de facilitar pagamentos, transferências e negociações em reais dentro de plataformas blockchain, além de aproximar ainda mais o mercado financeiro nacional do ecossistema global de ativos digitais.
O que diferencia as criptomoedas tradicionais?
As criptomoedas tradicionais, como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), não contam com lastro algum. Elas funcionam de forma completamente descentralizada e têm seu valor determinado pela dinâmica entre oferta e demanda. Nessa perspectiva, tal característica confere grande liberdade e independência, enquanto, simultaneamente, torna esses ativos altamente voláteis.
A ausência de um valor de referência torna as criptomoedas altamente voláteis, com oscilações de preço frequentes e, muitas vezes, acentuadas em curtos períodos. Essa característica faz com que sejam vistas mais como instrumentos de investimento de alto risco e potencial de valorização do que como meios de pagamento para o uso diário.
Estabilidade ou valorização: as principais diferenças
A principal diferença entre stablecoins e criptomoedas tradicionais está no lastro. Enquanto as stablecoins têm seu valor garantido por reservas reais, como moedas fiduciárias ou ativos seguros, as criptomoedas tradicionais, como Bitcoin e Ethereum, não possuem qualquer garantia, o que as torna naturalmente voláteis.
Além disso, o objetivo de cada tipo de ativo também diverge: stablecoins são projetadas para manter seu valor estático, oferecendo estabilidade para transações e remessas internacionais, enquanto as criptomoedas tradicionais apostam no potencial de valorização, atraindo investidores em busca de ganhos expressivos.
No uso cotidiano, essa distinção é ainda mais evidente. A previsibilidade das stablecoins as torna ideais para pagamentos e operações regulares, ao passo que as criptomoedas tradicionais continuam sendo vistas principalmente como instrumentos de investimento de maior risco e longo prazo.
Qual caminho seguir?
Em um cenário de transformação digital acelerada, a escolha entre stablecoins e criptomoedas tradicionais depende do perfil e das necessidades de cada usuário. Para quem busca estabilidade, previsibilidade e facilidade nas transações, ativos como a BRL1 oferecem uma alternativa segura e alinhada ao sistema financeiro convencional.
Já para investidores dispostos a enfrentar a volatilidade em troca de maiores possibilidades de retorno, moedas como Bitcoin e Ethereum seguem como opções atrativas. Mais do que concorrentes, esses dois tipos de ativos cumprem papéis complementares na construção de um novo ecossistema financeiro, cada vez mais dinâmico e acessível.