O sonho da casa própria em solo europeu tem atraído um número crescente de brasileiros. Portugal, com sua estabilidade econômica, clima ameno e laços históricos com o Brasil, surge como um dos destinos preferidos. Mas como funciona o processo de financiamento imobiliário para estrangeiros? Esta matéria especial investiga os detalhes, revela caminhos possíveis e apresenta os principais pontos de atenção para quem deseja concretizar esse objetivo em 2025.
Financiamento imobiliário para estrangeiros: um cenário possível
Apesar das barreiras naturais impostas a quem não reside em Portugal, é perfeitamente viável financiar um imóvel mesmo sendo brasileiro e morando fora do país. Diversos bancos portugueses possuem linhas de crédito especialmente desenhadas para compradores internacionais. As exigências costumam ser mais rigorosas, mas com preparação e documentação em dia, o processo é fluido.
Bancos portugueses que abrem portas para brasileiros
Instituições bancárias de grande porte, como o Santander, o Millennium, o Novo Banco e o Bankinter, têm histórico de concessão de crédito a estrangeiros. Essas instituições analisam cuidadosamente os rendimentos do comprador, tanto em moeda estrangeira quanto em euros. Ter uma renda comprovada, mesmo que fora da Europa, não é impeditivo, desde que seja regular e sustentável ao longo do tempo.
Cada banco possui sua política de crédito, mas todos exigem que parte do valor do imóvel seja paga à vista. Essa entrada varia de acordo com o perfil do cliente e o tipo do imóvel. Em geral, quanto maior a entrada, melhores são as condições de financiamento oferecidas.
Documentação necessária: organização é fundamental
Os brasileiros que desejam acessar o crédito habitacional em Portugal devem reunir uma série de documentos. Isso inclui passaporte em validade, comprovantes de renda e patrimônio, declaração de imposto de renda, extratos bancários, comprovante de residência no Brasil e, em muitos casos, traduções juramentadas de documentos e reconhecimento internacional de firma. Também é essencial obter o Número de Identificação Fiscal (NIF) português.
Outro ponto importante é a abertura de uma conta bancária em Portugal, que facilitará não apenas o financiamento, mas também o pagamento de tributos, escritura e outros custos relacionados à transação imobiliária.
Custos adicionais e impostos que devem ser previstos
Além do valor de entrada e das parcelas do financiamento, existem custos obrigatórios que precisam estar no planejamento do comprador. Entre eles, estão o imposto municipal sobre transmissões, o imposto de selo, o valor da escritura e do registo de propriedade. Também é comum que os bancos exijam seguros de vida e seguros multirriscos sobre o imóvel, como condição para aprovar o crédito.
Essas despesas variam conforme o valor do imóvel, a região e a instituição bancária envolvida. É aconselhável realizar simulações detalhadas com antecedência para evitar surpresas desagradáveis.
O que muda entre residentes e não residentes
A principal diferença para quem não vive oficialmente em Portugal está nas condições do contrato. Residentes têm acesso a percentuais mais altos de financiamento e taxas de juros um pouco mais favoráveis. Já os não residentes devem apresentar garantias adicionais e, em muitos casos, acabam financiando uma parte menor do valor total do imóvel.
Apesar disso, muitos brasileiros que ainda moram no Brasil conseguem financiar sem grandes entraves, especialmente se possuem relação bancária anterior com instituições em Portugal ou se contam com o apoio de assessorias especializadas.
Planejamento: a chave para a aprovação
Conseguir um financiamento imobiliário em outro país é um processo que exige atenção aos detalhes. Organizar a documentação com antecedência, simular diferentes cenários de parcelas e buscar orientação profissional são atitudes que fazem diferença.
Durante a apuração desta matéria, consultamos os contabilistas da CRN Contabilidade, que destacaram a importância de um planejamento tributário e financeiro estruturado para evitar transtornos futuros. Segundo eles, o maior erro dos brasileiros é subestimar as diferenças entre os sistemas fiscais e legais dos dois países.
Conclusão
Para quem deseja investir em qualidade de vida ou buscar uma nova etapa da vida em Portugal, financiar um imóvel no país é uma possibilidade concreta. Apesar de exigente, o processo tem se tornado cada vez mais acessível, desde que seja tratado com seriedade, preparação e suporte profissional. Com uma boa organização financeira e a orientação adequada, o sonho da casa própria em terras lusas pode sair do papel e se tornar realidade.